segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Bombing for peace...



Estamos já há alguns anos em guerra civil. Recentemente essa guerra se escancarou. Toda guerra envolve em algum grau a disputa pelo poder, a maior parte (se não a totalidade) dos confrontos possui uma motivação econômica. Questões sociais costumam fazer parte da complexidade de uma guerra civil.

Como já expus aqui em 07/04, no post "Após os temporais": A crise é o momento que permite que tudo mude. As reflexões e os diálogos que estes momentos nos proporcionam, se soubermos aproveitá-los, podem ser o primeiro passo para as mudanças. Mesmo dentro de todo o meu otimismo e olhar um tanto quanto "Pollyana" sobre a vida confesso que tenho dúvidas se estamos caminhando para um futuro melhor. A verdade é que eu fiquei muito assustada com isso tudo, inicialmente com os barulhos de helicópteros, sirenes, tiros, granadas e companhia limitada, mas quando passou o susto inicial mudou o fator desencadeador do meu medo. Agora eu estou aterrorizada com a população do Rio de Janeiro. Como as pessoas são fascistas! Eu não sei se este termo está sendo bem aplicado neste contexto, mas foi o melhor que eu consegui para me expressar. A quantidade de comentários cruéis que eu escutei nos últimos dias não está no gibi. E o pior é que as pessoas não conseguem nem perceber que o discurso delas defende a utilização dos meios que elas mesmas criticam para acabar a fonte desse meio. Basicamente o que as pessoas dizem é: "Bom, eu preciso acabar com essa violência... tenho que acabar com esse problema... hum! Já sei! Vamos matar todos os "caras maus" e vai ficar tudo bem!"
Não!
Além de hipócrita isso é de um simplismo absurdo. Trata um complexo problema social que congrega em suas raízes razões das mais distintas fontes, reduzindo-o as suas consequências, ao invés de enxergá-lo pelas suas diversas causas para tentar abordá-las e assim contribuir para reais mudanças. Mudanças estruturais.
Soma-se a isso o fato de que todo o cidadão tem direito a vida e que esta deve ser respeitada. É incrível, vivemos em um país que não tem na sua constituição o absurdo que é a pena de morte mas as pessoas acreditam que podem decidir sobre a existência ou não de outros seres humanos, que podem dar um fim a vida alheia. Acho uma grande ironia (no mínimo) essas formas de pensamento serem tão difundidas naquele que é um dos maiores países católicos do mundo...

Nos últimos dias a imagem daquela menina americana com aquele cartaz que dizia: "Bombing for peace is like fucking for virginity" tem vindo muito a minha mente.

A tirinha aí de cima é do André Dahmer, de uma forma espirituosa e curta ele conseguiu expressar o que eu tive dificuldades para expor de forma "marrom" usando incontáveis palavras a mais. Por isso que é bom poder citar o outro!

O endereço do site das tirinhas dele é: www.malvados.com.br
Vale a pena, bom humor e traços bacanas.

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